Num mundo tão complexo, não podemos deixar as redes sociais carentes de “pescadores” autênticos, comprometidos com a Fé, a Comunhão e a Verdade.
Imagem e Evangelização
Como especialista no assunto não poderia deixar de comentá-lo. Não raras as vezes, passa despercebido o grande potencial evangelizador das fotografias pessoais postadas nas redes sociais. Neste ambiente, a imagem é um grande meio de comunicação, desde a interface do nosso primeiro contato até as publicações que fazemos diariamente.
Aqui nos vem um questionamento: através das minhas postagens (fotos, textos, pensamentos…), qual imagem eu tenho passado àqueles que se conectam comigo? Qual leitura visual tenho proporcionado? Tenho gerado comunhão, respeito, tolerância ou apenas destruição e contratestemunho?
Não podemos esquecer da “gramática visual”, ou seja, a leitura de nossas vidas feita através das imagens com as quais alimentamos o ambiente virtual. Como nos diz São Francisco de Assis: “Tome cuidado com a sua vida, talvez ela seja o único Evangelho que as pessoas leiam”. Em tempos de redes sociais, somos responsáveis pela forma que nos comportamos imageticamente.
Para J. Hillman a vida se mostra como imagem antes mesmo de haver uma história. Ela pede primeiramente para ser vista. Mesmo se cada imagem estiver de fato prenhe de significados e sujeita a uma análise minuciosa, se pularmos para o significado sem apreciar a imagem, teremos perdido um prazer que não pode ser recuperado pela melhor das interpretações.
A interface do Sagrado
“Interface” é um termo muito comum dentro da cultura digital, utilizado para a explicar a comunicação entre duas partes distintas que não podem se conectar diretamente, como é o caso do universo da informação digital e o mundo ordinário ou real.
No mundo das redes sociais somos chamados a ser a interface do Sagrado e, por meio de nossas vidas, mostrar aos usuários o rosto misericordioso de Cristo, a missão da Igreja e o testemunho cristão que “arrasta multidões”, contra todo e qualquer contratestemunho.
É fundamental “que cada um respeite o próximo, sem exceção, como ‘outro eu’. […] Nenhuma lei seria capaz, por si só, de fazer desaparecer os temores, os preconceitos, as atitudes de orgulho e egoísmo que constituem obstáculos para o estabelecimento de sociedades verdadeiramente fraternas. Esses comportamentos só podem cessar com a caridade, que vê em cada homem um “próximo”, um irmão” (CIC 1931). Temos que comunicar para gerar comunhão.