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Papa Francisco:

“Convertam também o seu bolso!”

Mas ele vai além do mero desencargo de consciência:

"Lembrem-se não só dos pobres materiais, mas também dos pobres espirituais"

Na Audiência Geral desta quarta-feira, 21, na Sala Paulo VI do Vaticano, o Papa Francisco fez uma afirmação provocativa:

“O sinal de que alguém é um bom cristão é quando a conversão chega ao bolso”.

O assunto da catequese era a “koinonia”, termo grego que significa “partilha”, “participação”, “comunhão”, tanto no sentido espiritual de sermos todos partícipes do Corpo e Sangue de Cristo quanto no sentido humano e material de compartilhar os bens com solidariedade.

Neste sentido, o Papa foi enfático ao recordar que não adianta ser “convertido” da boca para fora. Afinal, como explicita São Tiago, “a fé sem obras é morta”.

“Se vocês querem saber se são bons cristãos… Sim, têm que rezar, têm que procurar se aproximar da comunhão, da reconciliação… Mas o sinal de que o seu coração se converteu é quando a conversão chega ao bolso. Se você é generoso com os outros, se ajuda os mais fracos, os mais pobres: quando você renega o seu próprio interesse. Quando a conversão chega lá, então sabemos que é uma verdadeira conversão. Se ficar só nas palavras, nos gestos, não é uma boa conversão”.

Solidariedade concreta é amor concreto

“A koinonia, ou comunhão, se tornou a nova modalidade de relação entre os discípulos do Senhor. Uma modalidade cristã, a tal ponto que os pagãos olhavam para os cristãos e diziam: ‘Vejam como eles se amam’. O amor era a modalidade, mas não um amor de palavra, um amor falso. Não. Amor de obras, de ajudar uns aos outros. Amor concreto. A concreção do amor. O vínculo com Cristo instaura um vínculo entre irmãos que avançam juntos e também se manifesta na comunhão de bens materiais”.

Mas não pode ser só comunhão material

“Não se esqueçam dos pobres. Lembrem-se dos pobres. Não só dos pobres materiais, mas também dos pobres espirituais. Daquele que tem problemas, que tem necessidade da nossa proximidade. Um cristão sempre parte de si mesmo, do seu próprio coração, e se aproxima do outro como Jesus se aproximou de nós”.

Tempo e caridade também são bens a serem partilhados

“A Igreja sempre teve este gesto cristão, no qual os seus membros se despojavam das coisas que lhes sobravam, das coisas que não eram necessárias, para dar àqueles que tinham necessidade. E não só dinheiro, mas também tempo. Quantos cristãos, por exemplo, aqui na Itália, fazem voluntariado. Isto é muito bonito. É comunhão: compartilhar meu tempo com os outros para ajudar quem tem necessidade: o voluntariado, as obras de caridade, as visitas aos doentes… Temos sempre que compartilhar com outros e não procurar só o nosso próprio interesse”.

Por Redação – Aleteia

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