Paróquia São Judas Tadeu - Icaraí

“Senhor, por que razão hás de manifestar-te a nós e não ao mundo?” (Jo 14,22)
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O que fazer no momento da raiva?

As emoções são classificadas a partir de várias intensidades e origens, que podem ser primárias, secundárias e terciárias.

raiva é uma das emoções mais básicas e simples, presente em qualquer ser humano, e encontra-se na categoria das emoções primárias. Mesmo sendo uma emoção básica e presente em todos nós, é importante compreendermos que, como seres humanos, somos dotados de mecanismos neurológicos capazes de realizar o controle dessa raiva.

Muitas pessoas ficam incomodadas e culpadas por sentir raiva; porém, o melhor que fazemos é não nos culparmos por senti-la, pois é uma situação que todos nós sentimos. Ela será um problema quando a intensidade e as ações advindas da raiva se tornarem um problema nos relacionamentos diários.

raiva se manifesta frente a um evento que é capaz de desencadeá-la, ou seja, um pensamento, que avalia uma situação e faz uma interpretação daquele fato, pode interpretá-lo como uma provocação, havendo então este comportamento. O corpo começa a sentir sensações desagradáveis.

Mecanismos da raiva

Então, se pudéssemos resumir como se dá o mecanismo da raiva, ele funciona assim:

– há uma interpretação do fato como uma provocação;
– o funcionamento do corpo sofre mudanças: tensão, ansiedade, sufocamento, coração acelerado, músculos tensos;
– a raiva se expressa “para fora” com palavras, gestos etc. ou “para dentro” com agitação, dores etc.

Aprenda a reconhecer

Para compreender e lidar com ela, é importante reconhecer alguns passos:

– Reconheça a raiva e as situações que a geraram;

– Procure mudar a interpretação do fato, ou seja, compreender que nem tudo é uma provocação, e por mais que seja, você poderá ver as situações de outra forma. Quanto mais sentimentos de rancor colocarmos na situação, mais nos sentiremos mal, mais raiva teremos. Está aí feito um ciclo contínuo para alimentá-la;

– As reações físicas, geralmente, vêm no final da situação, portanto, se você está, por exemplo, com muita raiva e precisa conversar com alguém, você tem condições de se afastar naquele momento até que possa se acalmar;

– Dominá-la no começo é mais fácil do que permitir-se ser domado por ela;

– Ao perceber todos sinais físicos e emocionais da raiva, pare, respire lentamente, e isso ajudará você a baixar seus batimentos cardíacos. Evite tomar decisões ou falar sobre o assunto, pois, certamente, as emoções falarão mais alto, e poderá até mesmo prejudicar seus relacionamentos e aumentar odesconforto emocional;

– Avalie seus atos, sua forma de agir com o outro, faça um olhar mais amplo sobre a situação e não apenas sobre o que o irritou;

– Perceba também se “irritar-se” é um padrão de comportamento e emoção constante em sua vida. Será que sempre você tem reações irritadas, cheias de raiva? Muitas vezes, aprendemos a nos relacionar assim com a vida. Outras vezes, a irritabilidade unida à raiva pode ser um indicador de uma questão de saúde mais complexa, então, vale a pena fazer esse exercício de autopercepção.

Neste sentido, o problema não é sentir raiva, mas sim deixar que esse estado vá se estendendo e se fixando em você. Quando vamos notar, coisas simples vão nos irritando e transformando-se numa raiva sem fim. Ao trazermos as situações para uma análise racional, melhoramos nosso autoconhecimento e, com isso, evitamos situações de estresse, de desgaste consigo e com os demais.

Por Elaine Ribeiro dos Santos
Via Canção Nova
Elaine Ribeiro, Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo,
atuando nas cidade de São Paulo  e Cachoeira Paulista.
Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional,
é colaboradora da Comunidade Canção Nova.

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