"É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”, disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo ao referir-se ao o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos que recorre nesta segunda-feira, 30 de julho.
Um “crime vergonhoso” que deve ser combatido e denunciado por todos. Assim o Papa Francisco referiu-se no Angelus deste domingo ao tráfico de seres humanos:
“Amanhã recorre o Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos, promovido pelas Nações Unidas. Esta chaga escraviza muitos homens, mulheres e crianças para fins de exploração no trabalho e sexual, do comércio de órgãos, da mendicância e da delinquência forçada. Mesmo aqui, em Roma. As rotas de migração também costumam ser usadas por traficantes e exploradores para recrutar novas vítimas de tráfico. É responsabilidade de todos denunciar as injustiças e combater firmemente esse crime vergonhoso”.
O tráfico de seres humanos fatura cerca de 150 bilhões de dólares em todo o mundo. “O lucro da escravidão deve parar agora! Esses corpos não estão à venda”, diz uma campanha promovida pelo Dicastério para o serviço do Desenvolvimento Humano Integral.
Crianças, um terço das vítimas
Um relatório divulgado no sábado, 28, pelo UNICEF e pelo Grupo de Coordenação Interagências contra o Tráfico de Seres Humanos (ICAT), denuncia que cerca de 28% das vítimas do tráfico em nível mundial são crianças.
Em regiões como a África Subsaariana e a América Central e Caribe, as crianças constituem um percentual ainda maior das vítimas de tráfico identificadas, respectivamente 64% e 62%.
Mas o número pode ser bem maior, visto que raramente as crianças são identificadas como vítimas do tráfico, além da falta de informações, entre outros fatores.
Assim, as crianças refugiadas, migrantes e deslocadas são categorias particularmente vulneráveis ao tráfico. Escapando das guerras ou violências, ou em busca de melhores oportunidades de formação ou sustento, um número exíguo de crianças encontra o caminho para deslocar-se regularmente e em segurança com suas famílias. Isso faz com que aumente a probabilidade de que estas crianças e seus familiares usem rotas irregulares e mais perigosas.
“O tráfico é uma ameaça extremamente concreta para milhões de crianças no mundo, especialmente para aquelas que foram forçadas a deixar suas casas e comunidades sem uma proteção adequada”, disse a diretora-geral do UNICEF, Henrietta Fore. “Essas crianças necessitam urgentemente que os governos intensifiquem e adotem medidas para mantê-las seguras”.
O UNICEF e o ICAT continuam a pedir a implementação de políticas governamentais e soluções que transcendam as fronteiras, para manter estas crianças seguras, como aumentar os caminhos seguros e legais para os deslocamentos, fortalecimento dos sistemas de proteção social e que permitam prevenir, identificar, orientar e responder aos casos de tráfico, violência, abusos e exploração contra crianças.
Por Jackson Erpen
Via Vatican News